Publicidade Enganosa de Alimentos e Raio-X dos Rótulos
Autoria: OPA e IDEC
🔗OPA - Publicidade enganosa de alimentos
Publicidade enganosa de alimentos
É aquela que contém informação inteira ou parcialmente falsa, capaz de induzir o consumidor ao erro em relação às características, qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados sobre os alimentos.
É proibido, mas acontece!
Entenda melhor porque é importante denunciar
Ao fazer publicidade de um alimento, é preciso que as empresas cumpram regras, como passar informações verdadeiras sobre suas características e ingredientes. Porém, nem sempre é o que acontece. Muitas vezes, anúncios publicitários e rótulos dão destaque para informações enganosas, valorizam ingredientes que estão em pouca quantidade no produto e confundem os consumidores.
A publicidade nos alimentos ultraprocessados pode ser enganosa, porque procura valorizar ou exagerar uma característica benéfica, ao mesmo tempo que mascara atributos ruins, como o excesso de açúcar, sódio e gorduras, em um produto que faz mal à saúde.
Uso de ingredientes ou nutrientes saudáveis
Muitas vezes, as pessoas se atraem pelos benefícios que o produto tem a oferecer. Mas desconfie! Diversas informações estão escondidas no rótulo e na lista de ingredientes. Além disso, os nutrientes saudáveis podem não estar presentes em quantidades significantes para trazer um benefício para a saúde e não excluem os malefícios daquele produto.
Veja alguns produtos em que isso pode acontecer:
Biscoito nutritivo, mais saudável, “fit”
Hambúrguer à base de plantas/vegano/100% vegetal
Margarina com ômega 3 / ômega 6
Viu alguma publicidade desse tipo?
Ausência ou redução de ingredientes ou nutrientes críticos
O produto que apresenta a informação de exclusão de determinado ingrediente ou nutriente precisa garantir que na sua composição nutricional ele não esteja presente. Para conferir essa informação, você pode verificar a lista de ingredientes!
Um exemplo disso é quando um produto traz uma mensagem de que não há gordura trans em sua composição, mas quando observamos a lista de ingredientes com atenção, vemos que a gordura está lá, disfarçada de outro nome, como óleo vegetal hidrogenado, gordura hidrogenada, ou outros.
Veja alguns produtos em que isso pode acontecer:
Pão de forma sem glúten
Iogurte sem lactose
Salgadinho sem gordura trans
Viu alguma publicidade desse tipo?
Benefícios para a saúde
Um único alimento de forma isolada não traz benefícios para a saúde, como diminuir o colesterol, emagrecer, melhorar a sua concentração ou ajudar a dormir.
O composto lácteo que diz servir para uma boa noite de sono da criança, ou o complemento alimentar que promete melhorar sua disposição, são enganosos. Desconfie também da margarina que diz diminuir o seu colesterol e o chá que garante perda de peso rápida. Fique de olho!
Veja alguns produtos em que isso pode acontecer:
Chás que emagrecem
Composto alimentar que ajuda a dormir
Complemento alimentar para ajudar seu filho a se concentrar nos estudos
Viu alguma publicidade desse tipo?
A publicidade ilegal pode estar em qualquer lugar
A publicidade de alimentos pode aparecer na televisão, rádio, revistas e jornais. Na internet, elas podem estar em diferentes formatos, como em publicações nas redes sociais e até junto a youtubers e influenciadores (os famosos unboxings e recebidos, por exemplo). Além disso, há lugares que às vezes nem reparamos, mas estão repletos de publicidade, como eventos em escolas, empresas e parques, materiais didáticos, panfletos, folders, banners e promoções. Os próprios rótulos dos produtos também funcionam como meio de publicidade, no qual os elementos para atrair os consumidores ganham mais destaque que as informações realmente importantes. Muitas vezes, é tão difícil identificar, que não notamos que estamos sendo persuadidos a escolher determinado produto.
🔗 IDEC
LISTA DE INGREDIENTES
A lista de ingredientes é uma das informações mais importantes do rótulo, por meio dela nós conseguimos descobrir se um produto é ultraprocessado ou não.
OS INGREDIENTES APARECEM NA LISTA EM ORDEM DECRESCENTE, OU SEJA, DA MAIOR QUANTIDADE PARA A MENOR, com exceção dos aditivos alimentares, que sempre devem aparecer por último¹⁰. Por isso, EVITE AQUELES QUE CONTÊM AÇÚCAR, SÓDIO OU GORDURA ENTRE OS PRIMEIROS INGREDIENTES DA LISTA.
Atenção: aditivo alimentar é qualquer ingrediente ou substância adicionada ao produto sem o propósito de nutrir. Por conta da sua variedade, eles podem apresentar diversas funções. Porém, os aditivos alimentares que mais são encontrados nos ultraprocessados têm como objetivo conferir, realçar ou modificar o aroma, sabor, textura e/ou outras características sensoriais do produto, para torná-lo mais atrativo e palatável. Alguns exemplos destes aditivos são: aromatizantes, corantes, emulsificantes, edulcorantes (popularmente conhecidos como adoçantes), entre outros. Pouco se sabe sobre o impacto deles na saúde humana e estudos individuais associam alguns tipos de aditivos com efeitos adversos à saúde¹¹.
Dica: evite produtos com ingredientes de nomes complicados, que você não sabe o que são - geralmente são substâncias extraídas de alimentos (xarope de glicose, maltodextrina, isolados de proteína, gordura hidrogenada) ou aditivos alimentares. Há grandes chances de o produto que os contém ser um ultraprocessado.
Lembre-se: A informação presente na lista de ingredientes é sempre mais confiável do que as alegações em destaque na parte da frente da embalagem!
ORGÂNICOS
Na legislação brasileira, estão previstos três mecanismos para a certificação e identificação dos alimentos e produtos orgânicos: OCS (Organização de Controle Social) para a venda direta ainda que sem o selo, selo SPG (Sistemas Participativos de Garantia) e selo “Certificação por auditoria”.
IMPORTANTE: Um ultraprocessado também pode apresentar o selo de orgânico, o que não significa que ele é saudável. Sempre confira a lista de ingredientes para fazer as melhores escolhas.
Fontes:
https://idec.org.br/raio-x-rotulos
https://publicidadedealimentos.org.br/publicidade-enganosa/