
Cadeia de suprimentos de alta moda ligada à destruição da Amazônia perto do local da COP30 sobre o clima
24.06.2025 - Earthsight
Casas de moda de prestígio estão comprando couro de empresas com vínculos na cadeia de suprimentos com fazendas de gado ilegais na parte mais desmatada da floresta amazônica brasileira, onde as negociações sobre o clima devem começar em novembro.
O grupo investigativo sem fins lucrativos Earthsight analisou decisões judiciais, imagens de satélite, registros de remessas e se disfarçou para conectar a cadeia de suprimentos da grife americana Coach a um gigantesco matadouro brasileiro com um histórico de compra de milhares de bovinos criados em terras desmatadas ilegalmente.
Quase toda a perda recente da Amazônia no Brasil é causada pela criação de gado, muitas vezes ilegal. O estado mais atingido é o Pará, onde uma área de quase duas vezes o tamanho de Portugal foi queimada nas últimas duas décadas. O Brasil se comprometeu a acabar com todo o desmatamento no país até 2030 e escolheu o Pará para sediar as negociações internacionais sobre o clima, a primeira COP a ser realizada em uma região de floresta tropical.
Quase todo o couro exportado do Pará para a Europa vai para a Itália, incluindo as peles do matadouro suspeito. Grande parte desse couro vai para dois curtumes na região do Vêneto, Conceria Cristina e Faeda, onde é processado e rebatizado como couro italiano. Os investigadores disfarçados da Earthsight foram informados por um representante da Conceria Cristina que um comprador regular de seu couro brasileiro é a Coach.
Outros compradores de um ou de ambos os curtumes italianos são Chanel, Chloé, Hugo Boss, as marcas Fendi e Louis Vuitton da LVMH, bem como as marcas Balenciaga, Gucci e Saint Laurent do Grupo Kering. (continua...)
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